O que eu fiz pro meu bebê dormir bem?
“Afinal, como se faz para um bebê dormir bem?”
Quando a Clara era menor, eu ouvi essa pergunta muitas vezes. Até hoje, quando falo que ela começou a dormir a noite toda antes de completar 4 meses de idade, muita gente faz cara de espanto (o que fazia com que eu me sentisse uma ET) e querem saber logo qual o “grande segredo” pra conseguir isso.
E é aí que está o problema. Eu não sei qual o segredo. Na verdade, acho que não tem uma fórmula, no nosso caso foi um conjunto de fatores que permitiu a ela dormir bem assim tão novinha.
Vou contar aqui como tudo aconteceu. Não pra dizer que tenho um “método” pras mães seguirem, apenas pra mostrar que tudo aconteceu naturalmente, conduzido pelo meu próprio instinto de mãe. E, se isso aconteceu aqui em casa, pode muito bem acontecer com outras mães. Aliás, acontece, embora os casos “difíceis” é que sejam mais espalhados por aí. Na verdade, quis postar isso mais pra dizer que vocês não devem acreditar no “terrorismo” que algumas (muitas) pessoas gostam de fazer nas mães de primeira viagem quando o assunto é o sono dos bebês. Pode ser que seja complicado, mas pode não ser também!
Como eu disse, desde que a Clara nasceu eu não cheguei nem perto desses livros de encantadoras de bebês e teorias do gênero. Estava “preparada” pra acordar de madrugada por quanto tempo fosse necessário. Ela sempre mamou em livre demanda, o que incluía acordar duas ou três vezes de madrugada nas primeiras semanas. Desde o seu primeiro dia em casa, eu também tentei fazer com que ela fosse, aos poucos, diferenciando o dia da noite. Ela dormia bastante durante o dia, mas era sempre no ambiente com bastante luz natural e o barulho normal de uma casa nesse período do dia.
Conforme ia anoitecendo, ia diminuindo a luminosidade e o barulho, na expectativa que ela entendesse que aquela era a hora de todos dormirem. Assim ela foi criando sua própria rotina do sono e passou a dormir em definitivo por volta das 21h. De madrugada, ela resmungava quando estava com fome, eu a amamentava e ela imediatamente voltava a dormir, ao som de uma canção de ninar que eu cantava baixinho. Ela dormia no seu berço, que ficava no nosso quarto por opção nossa e também porque até então ela não tinha um quarto dela.
Foi assim durante uns quatro meses, com as mamadas noturnas diminuindo naturalmente, simplesmente porque ela não acordava mais pedindo o peito. Por instinto e com indicação da pediatra, eu nunca a acordei pra mamar se ela não acordasse sozinha. Até que uma noite, quando ela tinha uns 4 meses, eu acordei com o sol na cara e com um susto enorme: “Não amamentei a Clara essa noite, alguma coisa aconteceu com ela!”. Num pulo tava ao lado do berço, onde ela dormia como um anjo. Ufa! Fiquei surpresa, Clara tinha dormido 10 horas seguidas!!! Logo depois ela acordou, mamou e teve um dia normal como sempre.
A partir desse dia, os episódios de “noites inteiras dormindo” foram se tornando cada vez mais frequentes, embora várias noites ela ainda acordasse pra mamar. Perguntei mais uma vez pra pediatra se tinha algum problema ela dormir 10 ou 12 horas seguidas sem mamar e ela disse que, como ela estava muito bem de saúde e ganhando o peso e altura esperado, não tinha problema.
Foi um alívio, confesso. Eu já dormia até que bem, pois ela não acordava várias vezes na madrugada e voltava a dormir bem rápido quando acordava (e eu também. Mas dormir noites inteiras, sem interrupção, foi uma maravilha. Ela continuou mamando em livre demanda até os seis meses e mamou bem até os 8, quando ela mesma não quis mais. Isso contraria aquelas teorias de que “só os bebês que tomam mamadeira de LA a noite ficam saciados pra dormir bem a noite”. Foi também nessa época que ela começou a chupar o dedo, o que acredito que também auxiliou nesse processo, já que o dedo a ajudava a saciar aquele desejo de sucção que todo bebê tem. No meio da noite, se tivesse vontade de sugar, lá estava o dedo amigo! rs (chupeta ela nunca quis saber)
E aqui estamos nós, 3 anos depois. Para a nooooossa alegria, Clara continua dormindo muito bem a noite. Nesses 3 anos, teve poucos episódios de acordar de madrugada, quando isso acontecia era, ou porque estava doentinha ou porque tava passando por um daqueles picos de crescimento. Mas nada que durasse mais de uma semana.
Apenas com quase dois anos ela ganhou um quarto e foi dormir sozinha, com uma adaptação bem tranquila. Assim como quando transformamos o berço em cama, pouco depois. Resumindo, felizmente, Clara nunca deu trabalho pra dormir. Se isso foi sorte? Não sei. Fizemos tudo da maneira correta? Também não sei, nunca pensamos em seguir um método. Como disse lá no início, acho que foi um conjunto de fatores: a personalidade tranquila da Clara desde que nasceu, um bom processo de amamentação e até a ausência de grandes expectativas eu acho que contribuiu. Só sei que, realmente, poder dormir a noite inteira é muito bom.
Por tudo isso, não posso julgar quem está se sentindo exausta por ter que acordar 2, 3, 5 vezes na madrugada pra acudir o filho. A única coisa que posso dizer é que, por exemplo, não acho correto tentar “obrigar” um bebê com menos de um ano a dormir, seja enfiando goela abaixo uma mamadeira de leite artificial, seja deixando ele chorar sozinho no berço. Um bebê com essa idade precisa de carinho, aconchego e a segurança que só você pode dar. Se tá muito difícil pra você, mãe, peça ajuda pro papai, pra vovó, pra quem estiver por perto. Como nem sempre o que o bebê quer é mamar (nesses casos, só você mesmo pode resolver), outras pessoas podem muito bem ajudar a acalmá-lo e fazê-lo dormir novamente, poupando um pouquinho você.
Fora isso, só posso deseja-las boa sorte e que possam ter uma experiência tranquila como a nossa! Mas se não for, que não falte paciência!
Beijo,
Mari