CUIDADO COM O BEBÊ

CUIDADO COM O BEBÊ

outubro 1, 2024 Off Por TobiasNoir

Neste artigo, exploraremos uma série de mitos e verdades relacionados aos cuidados com o bebê, desmistificando crenças populares e oferecendo informações embasadas em ciência e experiência de especialistas. Cada capítulo trará uma explicação aprofundada sobre um mito ou verdade e incluirá relatos de mães e dicas de especialistas para tornar o processo de cuidar do bebê mais tranquilo.

O Bebê Precisa Ser Banhado Todos os Dias – Mito

 Uma das crenças mais comuns entre pais, especialmente de primeira viagem, é que o bebê deve ser banhado diariamente para manter a higiene. No entanto, isso não é verdade. Na realidade, a pele dos bebês é extremamente sensível e não há necessidade de banhos diários, a menos que o bebê tenha se sujado muito.

Especialistas em dermatologia pediátrica recomendam que o banho de recém-nascidos seja dado cerca de três vezes por semana. De acordo com a Dra. Fernanda Barros, dermatologista, “o banho diário pode retirar a oleosidade natural da pele do bebê, causando ressecamento e até irritações.”

Além disso, o tempo de banho pode ser um momento de conexão entre os pais e o bebê, sem necessariamente precisar ser feito todos os dias. O que importa mais é a qualidade do tempo dedicado ao bebê durante o banho.

Uma dica importante é manter a temperatura da água entre 36 e 37 graus Celsius, o que pode ser verificado com a ajuda de um termômetro próprio para banhos infantis.

Dica de especialista: “Evite o uso excessivo de sabonetes no banho. Eles podem ser usados em pequenas quantidades e sempre optar por aqueles que são neutros e próprios para a pele delicada dos bebês,” aconselha a Dra. Maria Clara Silva, pediatra.

Relato de Mãe:

Carla, 28 anos: “No começo eu achava que precisava dar banho no meu filho todos os dias. Quando descobri que três vezes por semana era o suficiente, economizei muito tempo e a pele dele ficou bem mais macia.”

Bebês Precisam Dormir Com Travesseiro – Mito

 Um erro comum entre os pais é acreditar que os bebês precisam de travesseiros para dormir de forma mais confortável. No entanto, de acordo com as recomendações da Academia Americana de Pediatria (AAP), os bebês devem dormir em superfícies firmes, sem travesseiros, cobertores ou brinquedos soltos. Isso é crucial para prevenir a Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI).

Segundo o pediatra Dr. João Ricardo, “o uso de travesseiros pode fazer com que o bebê vire de barriga para baixo e tenha dificuldades para respirar, o que aumenta consideravelmente os riscos.”

Na prática, o mais seguro para os bebês é dormir de barriga para cima, sem nenhum item solto no berço. Travesseiros podem ser introduzidos apenas quando a criança estiver mais velha, geralmente por volta dos dois anos.

Muitos pais se preocupam com o formato da cabeça do bebê, especialmente se ela ficar levemente achatada em alguma área devido à posição de dormir. No entanto, os especialistas recomendam alternar a posição da cabeça do bebê durante o sono para evitar esse achatamento, sem a necessidade de utilizar travesseiros.

Dica de especialista: “Utilize um colchão firme e adequado para o berço, além de um lençol ajustado para garantir a segurança do bebê,” orienta a enfermeira neonatal Marta Oliveira.

Relato de Mãe:

Fernanda, 31 anos: “Eu achava que o travesseiro era importante, mas quando vi as recomendações sobre segurança do sono, nunca mais usei. Meu bebê dorme muito bem sem ele.”

O Colostro é Insuficiente para o Bebê – Mito

 Outro mito comum que gera muita ansiedade nas mães de primeira viagem é acreditar que o colostro, o primeiro leite produzido pela mãe, não é suficiente para alimentar o bebê nos primeiros dias de vida. A verdade é que o colostro é riquíssimo em nutrientes e imunoglobulinas, sendo o alimento ideal para o recém-nascido.

De acordo com a consultora em amamentação, Dra. Silvia Mello, “o colostro é considerado o ‘primeiro alimento perfeito’ para o bebê. Ele é altamente concentrado e adequado para o estômago pequeno do recém-nascido.”

Nos primeiros dias, o bebê precisa de pequenas quantidades de alimento, e o colostro cumpre esse papel perfeitamente. A transição para o leite maduro ocorre gradualmente, de acordo com a demanda do bebê.

Se uma mãe estiver preocupada com a quantidade de colostro ou com a amamentação nos primeiros dias, é importante buscar o apoio de um consultor em amamentação ou de um pediatra. A produção de leite se ajusta naturalmente às necessidades do bebê, conforme ele cresce.

Dica de especialista: “Amamentar em livre demanda, sem se preocupar com o tempo ou a quantidade de mamadas, é o melhor para estabelecer uma boa produção de leite,” orienta a consultora de amamentação, Mariana Nunes.

Relato de Mãe:

Juliana, 27 anos: “Fiquei muito preocupada quando meu bebê chorava logo após mamar o colostro, mas, com a ajuda de uma consultora, aprendi que o colostro era mais do que suficiente nos primeiros dias.”

Bebês Precisam Dormir no Quarto dos Pais – Verdade

Nos primeiros meses de vida, é altamente recomendado que o bebê durma no quarto dos pais, mas em seu próprio berço ou moisés. Essa prática, além de facilitar as mamadas noturnas, também contribui para a segurança do bebê.

O pediatra Dr. Luiz Henrique explica que “ter o bebê no quarto dos pais nos primeiros seis meses de vida pode reduzir o risco de SMSI, pois os pais estão mais atentos a qualquer sinal de desconforto.”

No entanto, é importante lembrar que o bebê deve ter seu próprio espaço de dormir, sem compartilhar a cama dos pais. O compartilhamento de cama pode aumentar os riscos de sufocamento acidental.

A proximidade também ajuda a mãe a monitorar o bebê mais de perto, especialmente durante as mamadas noturnas, além de proporcionar maior conforto e tranquilidade para o recém-nascido.

Dica de especialista: “Utilizar um moisés ou berço portátil ao lado da cama dos pais facilita as mamadas noturnas e garante que o bebê esteja em um ambiente seguro,” aconselha a enfermeira obstetra Raquel Fernandes.

Relato de Mãe:

Amanda, 30 anos: “Ter meu bebê no meu quarto nos primeiros meses foi muito importante. Eu me sentia mais segura e era muito mais prático para amamentá-lo à noite.”

Bebês Sentem Frio com Mais Facilidade – Mito

 Muitos pais, preocupados com o conforto dos seus bebês, tendem a exagerar na quantidade de roupas que vestem nos pequenos. Embora os bebês possam ter dificuldades em regular a temperatura corporal, isso não significa que eles sintam frio mais facilmente que os adultos.

Dra. Ana Paula Rodrigues, pediatra, explica: “Vestir o bebê com muitas camadas de roupas pode até causar superaquecimento, o que é perigoso, pois aumenta o risco de febre e desconforto.”

O ideal é vestir o bebê com a mesma quantidade de roupas que um adulto usaria para se sentir confortável em um determinado ambiente, com uma camada extra, caso necessário. Se a pele do bebê estiver quente ao toque ou se ele estiver suando, é um sinal de que ele está vestido com excesso de roupa.

Além disso, sempre verifique a temperatura da nuca e do tórax para se certificar de que o bebê está com a temperatura adequada, pois as mãos e pés dos bebês podem estar mais frios naturalmente, sem que isso signifique que eles estão com frio.

Dica de especialista: “Aposte em roupas de algodão e evite agasalhos muito pesados. Um body e uma manta leve são suficientes em muitos casos,” recomenda a pediatra Dra. Beatriz Ferreira.

Relato de Mãe:

Patrícia, 33 anos: “Eu sempre exagerava nas roupinhas do meu bebê, até que percebi que ele ficava suado e desconfortável. Hoje sou muito mais consciente sobre a temperatura.”

Bebês Devem Ser Colocados para Arrotar Após Cada Mamada – Verdade

A prática de colocar o bebê para arrotar após as mamadas é altamente recomendada por pediatras e especialistas em amamentação. O processo de arrotar ajuda a liberar o ar que o bebê pode ter engolido durante a mamada, o que pode causar desconforto ou cólica se não for expelido.

Dr. Ricardo Menezes, pediatra, ressalta: “O arroto é especialmente importante nos primeiros meses, já que os bebês ainda estão aprendendo a coordenar a respiração e a alimentação, o que pode fazer com que engulam mais ar do que o esperado.”

O ideal é segurar o bebê em posição vertical e dar leves tapinhas nas costas por alguns minutos após a mamada. Isso ajuda a liberar o ar de maneira suave. Nem todos os bebês arrotam após cada mamada, e isso é normal, mas o esforço para ajudá-los a expulsar o ar é uma prática recomendada.

Além disso, os pais devem ter paciência. Algumas vezes, o arroto pode demorar para acontecer, mas, desde que o bebê esteja confortável, não há problema se o arroto não vier de imediato.

Dica de especialista: “Para facilitar o processo, experimente mudar a posição do bebê caso ele não arrote de imediato. O ato de mudar a posição muitas vezes estimula o arroto,” orienta a enfermeira neonatal Laura Ramos.

Relato de Mãe:

Sofia, 29 anos: “Eu ficava ansiosa para que meu bebê arrotasse logo depois de mamar, mas com o tempo, aprendi a ser paciente e perceber que nem sempre o arroto é imediato.”

O Leite Materno Não é Suficiente Após os Seis Meses – Mito

Embora muitos acreditem que o leite materno perca valor nutritivo após os seis meses de vida do bebê, isso é um mito. O leite materno continua a ser uma fonte valiosa de nutrientes e anticorpos, mesmo quando o bebê começa a introdução de outros alimentos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno deve ser mantido como parte fundamental da dieta do bebê até os dois anos de idade ou mais, junto com a alimentação complementar. Dra. Carolina Mendes, nutricionista pediátrica, afirma: “O leite materno se adapta às necessidades nutricionais da criança em cada fase de seu desenvolvimento.”

Além disso, a amamentação após os seis meses continua a fornecer imunoglobulinas, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê, além de ser uma fonte importante de conforto e vínculo entre mãe e filho.

Dica de especialista: “Mesmo com a introdução de alimentos sólidos, o leite materno continua a ser uma fonte essencial de energia e nutrientes para o bebê,” orienta a consultora em amamentação, Ana Teresa Silva.

Relato de Mãe:

Camila, 34 anos: “Eu achava que o leite materno não seria suficiente depois dos seis meses, mas aprendi que ele ainda é muito importante, mesmo com a introdução de outros alimentos.”

 Bebês Não Precisam de Filtro Solar Nos Primeiros Meses – Verdade

Nos primeiros seis meses de vida, os bebês têm uma pele muito sensível e não devem usar filtro solar. Em vez disso, a recomendação é evitar a exposição direta ao sol e usar métodos físicos de proteção, como chapéus, roupas leves e ficar à sombra.

Dra. Patrícia Fernandes, dermatologista pediátrica, explica: “A pele do bebê ainda está em desenvolvimento, e o uso de protetor solar pode causar irritação. O melhor é manter o bebê fora do sol forte, especialmente entre 10h e 16h.”

A partir dos seis meses, os pediatras recomendam o uso de filtros solares específicos para bebês, que são hipoalergênicos e testados dermatologicamente. Mesmo assim, a exposição ao sol deve ser feita de maneira controlada e preferencialmente fora dos horários de pico.

Dica de especialista: “Sempre use roupas leves e chapéus de aba larga para proteger o bebê dos raios solares,” aconselha a Dra. Marisa Soares, pediatra.

Relato de Mãe:

Larissa, 27 anos: “Eu tinha medo de levar meu bebê para fora de casa por causa do sol, mas quando aprendi sobre as roupas protetoras e os horários corretos, me senti muito mais tranquila.”

Oferecer Água ao Bebê Nos Primeiros Seis Meses – Mito

Muitos pais acreditam que os bebês precisam de água desde o nascimento, mas isso é um mito. Durante os primeiros seis meses, os bebês que estão sendo amamentados exclusivamente não precisam de água, pois o leite materno já contém toda a hidratação necessária.

Dr. Paulo Andrade, pediatra, explica: “Oferecer água a um bebê amamentado pode até ser prejudicial, pois isso pode diminuir a ingestão de leite materno, que é a principal fonte de nutrientes nesse período.”

No caso de bebês alimentados com fórmula, as orientações são similares: a fórmula já oferece o nível de hidratação necessário, portanto, a oferta de água adicional antes dos seis meses não é recomendada.

Dica de especialista: “Após os seis meses, quando o bebê começa a introdução alimentar, pequenas quantidades de água podem ser oferecidas, especialmente durante as refeições,” sugere a Dra. Helena Dias, nutricionista pediátrica.

Relato de Mãe:

Mariana, 32 anos: “Eu achava que precisava dar água ao meu filho, mas depois de conversar com o pediatra, aprendi que o leite materno era suficiente para mantê-lo hidratado.”

 Andadores Ajudam no Desenvolvimento do Bebê – Mito

Embora muitos pais pensem que os andadores são úteis para ajudar os bebês a aprender a andar mais rápido, esse é um mito perigoso. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso de andadores não é recomendado, pois pode causar acidentes graves e atrasar o desenvolvimento motor do bebê.

A pediatra Dra. Letícia Gomes afirma: “Os andadores dão uma falsa sensação de independência e podem fazer com que o bebê use os músculos de forma inadequada, o que atrasa o desenvolvimento das habilidades motoras naturais.”

Além disso, os andadores estão associados a um maior risco de quedas, colisões e até lesões graves. O melhor é permitir que o bebê desenvolva suas habilidades motoras no próprio ritmo, incentivando-o a engatinhar e explorar o ambiente com segurança.

Dica de especialista: “O melhor estímulo para o desenvolvimento motor é deixar o bebê em um espaço seguro no chão, onde ele possa explorar e se mover livremente,” orienta a fisioterapeuta infantil Ana Beatriz Santos.

Relato de Mãe:

Roberta, 29 anos: “Eu achava que o andador seria uma ajuda, mas quando descobri os riscos, decidi incentivar meu bebê a engatinhar e explorar o ambiente com segurança.”

 Referências:

– Fernandes, P. (2022). A Pele do Bebê: Cuidados Essenciais nos Primeiros Meses. Sociedade Brasileira de Dermatologia Pediátrica.

– Gomes, L. (2023). Cuidados com o Desenvolvimento Motor Infantil: O Que Evitar?. Pediatria & Saúde.

– Silva, M. N. (2021). Amamentação: Os Primeiros Meses e a Importância do Colostro. Consultoria em Amamentação.

– Organização Mundial da Saúde (2020). Orientações sobre Amamentação e Alimentação Complementar. OMS.