Fala da criança: o que esperar em cada idade
Hoje vamos daqueles posts informativos e importantes sobre a fala da criança. O que esperar em cada idade da criança em relação a fala?
Quem conta pra gente é a nossa colunista, a fonoaudióloga, Raquel Luzardo. Confira!
Fala da criança: o que esperar em cada idade
Depois que o bebê começa a engatinhar, é natural que todos ao seu redor esperem ansiosos pelos primeiros passos e pelas primeiras palavrinhas! São marcos na vida dos pais, familiares e principalmente no desenvolvimento da criança.
Muitas vezes ficamos tão focados nos grandes acontecimentos, mais visíveis e marcantes, que acabamos não observando como outras formas de se comunicar vão surgindo e evoluindo desde o nascimento, como o choro, o olhar, os gritinhos e sorrisos – tudo isso já é linguagem!
Quando pensamos no desenvolvimento da linguagem e da fala, precisamos lembrar que existem marcos de base para entender se a criança está avançando dentro do que é esperado para a faixa etária dela ou não. Saber disso, possibilita iniciar a intervenção, quando necessário, o quanto antes e não perder tempo, não perder as janelas de oportunidade do cérebro que são tão importantes na infância.
Mas, e quais são esses marcos?
Vamos lá! Vou te contar os principais marcos do desenvolvimento da linguagem e da fala:
12 meses
Por volta dos 12 meses, esperamos que as palavrinhas apareçam, e é a partir daí que o desenvolvimento da fala ganha amplitude, tendo aumento do repertório de sons e de palavras com combinações cada vez mais frequentes e inteligíveis.
2 anos
Em torno dos 2 anos, a criança começa a produza pequenas frases e tem uma grande expansão de novas palavrinhas no vocabulário.
3 anos
Com 3 anos, esperamos que a criança seja entendida por pessoas de fora do seu convívio familiar e se expresse verbalmente com facilidade e clareza.
4 anos
E, por volta dos 4 anos, os pequenos já têm condições de falar corretamente todos os sons da língua.
E há ainda as diferenças individuais
Além das diferenças individuais – que devem ser respeitadas, existem alguns fatores que podem interferir neste processo. Dentre as possíveis causas para o atraso no desenvolvimento da linguagem e da fala, estão o uso prolongado de chupeta e mamadeira, a dificuldade de audição e/ou a falta de estímulos adequados – e aqui
estão incluídas as crianças que ficam muito tempo nas telas. Temos agora também as crianças da pandemia que perderam grande parte do estímulo oferecido no contato com o outro e com o mundo, por um grande período da vidinha delas. O quadro também está associado a limitações cognitivas e ao autismo.
Na dúvida, a recomendação é sempre procurar um fonoaudiólogo com experiência na área de linguagem infantil para uma avaliação. O ato de “esperar o tempo da criança” – como a gente ouve muito por aí – pode significar uma perda de um período precioso para a intervenção. Lembre-se sempre, o cérebro não espera!!!